Ar-condicionado: como acertar na escolha e na instalação do aparelho para a sua casa

Houve um tempo em que o ar-condicionado era considerado um artigo de luxo, mas com o passar dos anos essa ideia foi se dissolvendo e hoje ele está cada vez mais presente nos lares.

As mudanças climáticas e os dias com temperaturas bastante elevadas fizeram do ar-condicionado um item mais que necessário para proporcionar conforto e qualidade de vida aos moradores. Porém, mesmo com a sua popularidade, muitas dúvidas surgem quanto a escolha do aparelho ideal e o melhor local de instalação.

Liberte-se da ideia de que o aparelho precisa estar sempre no centro do ambiente! Neste projeto, realizado pelo escritório Oliva Arquitetura, o ar-condicionado foi instalado na sala de jantar que está integrada com a cozinha e a sala de estar. O resultado foi um clima gostoso e equilibrado por toda área social | Foto: Renan Soares
Liberte-se da ideia de que o aparelho precisa estar sempre no centro do ambiente! Neste projeto, realizado pelo escritório Oliva Arquitetura, o ar-condicionado foi instalado na sala de jantar que está integrada com a cozinha e a sala de estar. O resultado foi um clima gostoso e equilibrado por toda área social | Foto: Renan Soares

“A primeira grande pergunta que ouvimos nas conversas com nossos clientes está relacionada ao BTU do ar-condicionado, tendo em vista o tamanho do ambiente. A outra diz respeito ao local de instalação”, explica a arquiteta Fernanda Mendonça. “Nosso trabalho é posicionar o ar-condicionado de forma a beneficiar não apenas o local específico em si, mas no contexto do layout, principalmente quando falamos de projetos com ambientes integrados”, completa.

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O que é preciso saber antes de comprar o ar-condicionado?


“Antes de efetuar a compra, nosso trabalho como arquiteto é analisar o espaço minunciosamente”, descreve a arquiteta Cristiane Schiavoni. Mas além da questão física, ela acrescenta que o número de pessoas interfere na performance do equipamento| Projeto Cristiane Schiavoni | Foto: Carlos Piratininga

“O ponto de partida é conhecer as características de dimensionamento do ambiente”, pontua Cristiane. Nesse âmbito, ela se refere à área do cômodo, altura do pé-direito, a média de pessoas, entre moradores e visitantes, que possivelmente frequentarão o espaço, bem como a existência de outros equipamentos que emitam calor próximo ao ar-condicionado. “Com essas variantes, conseguimos especificar a potência adequada do equipamento”, relata.

Calculando os BTUs


Neste apartamento de apenas 35m², projetado pela Oliva Arquitetura, as arquitetas tiveram o cuidado de não posicionar o aparelho nas áreas onde os moradores se sentariam. Localizado acima da TV, o dispositivo é capaz de refrigerar o imóvel que tem a planta integrada e sem oferecer riscos à saúde. | Foto: Daniel Lee

Mas afinal, o que são esses BTU’s? A sigla em inglês – British Thermal Unit –, pode ser traduzida como ‘Unidade Térmica Britânica’ e, em linhas gerais, indica a medição para o tamanho da potência que o aparelho tem para o resfriamento. O número de BTUs deve ser determinado tendo como base o tamanho do ambiente e do número de pessoas que o ocuparão. De modo geral, a conta do profissional de arquitetura considera o tempo que o ar-condicionado leva para resfriar o espaço e, normalmente, costuma-se calcular de 600 a 800 BTUs por metro quadrado. No entanto, algumas variáveis podem influenciar nessa conta.

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Se o ambiente tiver muita sombra, a capacidade deve ser reduzida em 10%. Caso receba muita luz solar, a potência deve ser ampliada em 10%. Se mais de duas pessoas ocuparem o ambiente, adicione 600 BTUs para cada e, caso o ar seja levado para a cozinha, a capacidade deve ser expandida em 4.000 BTUs. “A especificação da potência errada pode resultar em um sistema de refrigeração ineficiente e, em alguns casos, se torna desconfortável e até prejudicial para a saúde por conta do frio em excesso”, destaca Fernanda.

Escolhendo o cômodo


Quando o morador opta por ter apenas um equipamento de ar-condicionado, o dormitório se configura como o cômodo preferido para a instalação| Projeto Oliva Arquitetura | Foto: Renan Soares

Em projetos residenciais com um único ar-condicionado, a sugestão das especialistas é que os moradores avaliem e percebam qual ambiente é mais quente, mais utilizado e em qual deles o calor mais incomoda. “De uma maneira geral, todos acabam preferindo o quarto, pois para dormir é um pouco mais complicado quando estamos no calor intenso”, discorre Cristiane. A arquiteta ainda lembra que, com a pandemia e a longa permanência em casa, algumas famílias têm preferido fazer a instalação do aparelho na sala, uma vez que passam mais tempo na área social da casa.

Pré-requisitos para instalação

Para a instalação, o projeto precisa considerar uma infraestrutura adequada. É essencial que haja um ponto de dreno para que a condensação da água escoe e não cause infiltrações, bem como a colocação de uma tubulação de cobre que formará a rede frigorígena apropriada para abastecer a máquina. Outro ponto importante – e que conta como condição sine qua non –, está na observância da parte elétrica para verificar a necessidade (ou não) de adaptações que permitirão o abastecimento de energia de acordo com a demanda do equipamento.

Melhor posição


Se possível, evite posicionar o eletrodoméstico em paredes que recebam a luz do sol em excesso. A longo prazo, isso pode danificar o aparelho. | Projeto Cristiane Schiavoni | Foto: Carlos Piratininga

Para que o aparelho funcione de maneira efetiva, é necessário prever uma altura adequada e o cálculo de proporção com relação ao pé direito do espaço. Para casas com pé direito de altura padrão (em média, 2,70 m), recomenda-se a disposição do ar-condicionado com uma folga de 10 cm abaixo do teto. Nas circunstâncias com pé-direito duplo, a medida precisa ser revista e avaliada por um técnico em refrigeração. “Nosso desafio é encontrar um ponto em que a refrigeração seja uniforme, sem deixar que o ar incida diretamente em alguns locais e desprivilegie outros. Como tudo, equilíbrio é fundamental”, discorre Bianca.

Ar-condicionado na cozinha


Embora mais incomum, os aparelhos também são bem-vindos na cozinha! | Projeto Cristiane Schiavoni | Foto: Carlos Piratininga

O ar-condicionado pode ser instalado em qualquer ambiente, inclusive a cozinha, que durante os momentos de cocção no fogão e com forno ligado, tem tudo para se tornar o lugar de maior temperatura da casa! No entanto, o equipamento por lá exige atenção especial: é essencial que haja uma coifa ou depurador apropriados para livrar a cozinha de toda fumaça que pode atrapalhar o funcionamento do ar-condicionado, sem contar que demandará a necessidade de manutenção e higienização com maior regularidade. “Outro fator a se considerar é com relação ao preparo das refeições, já que pode interferir diretamente na ‘comida quentinha’ que se esfriará mais rapidamente”, opina Fernanda.

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